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Location: Vila Real de Santo António, Algarve, Portugal

Sunday, May 21, 2006

A Clausura


Saint Michel - França

A procura de ascese, seguido o exemplo da vida de Cristo, levou ao surgimento dos mosteiros e conventos fora das cidades. O isolamento em relação ao mundo exterior, o voto de castidade e o recusa à luxúria, hedonismo ou ociosidade tornavam o espirito mais puro, prmitindo uma comunhão com Cristo. As Invasões Bárbaras dos Séculos IV e V e a segunda vaga de invasões durante os séculos VIII a X, criaram um clima de instabilidade e medo. Os monges isolavam-se do mundo exterior por este representar o pecado, a violência, a morte e ignominia.



São Bento de Nursia

As primeiras ordens monasticas seguiram a Regra de São Bento que estipulava uma série de normas de convívio nos mosteiros. Procurava-se uma vida austera, simples e de profunda reflexão e oração. Assim, a Regra de São Bento regulava a vida nos mosteiros, estipulava horas para o trabalho manual, refeições, orações, leitura das Sagradas Escrituras e descanso. O quotidiano conventual estava sobre um rígido modus vivendi que afastava os espiritos dos monges das distrações do mundo e dos pecados.
Procurava-se a ascese - o caminho para Deus, pelo sacrifício, pela obra, pela oração -, entregavam-se à clausura e respeitava o voto de celibato e castidade.

Cristianismo Primitivo.


Após a morte de Jesus Cristo (Yeshua ben Youssef), os primeiros cristãos foram perseguidos pelos Imperadores romanos, acusados de espalhar ensinamentos que punham em causa o poder de Roma e provocava nas populações sentimentos de revolta e de recusa ao culto imperial.
A pregação da mensagem de Cristo, universalista, fraternal e igualitária chocava profundamente com o ideal civiliacional romano, enraizado numa noção restrita e inclusiva de hierarquia social, que pelo seu ermetismo impossibilizava a mobilidade social. A mensagem de Cristo acusava a intolerância e escravatura, o Império romano edificara-se sob os ombros da exploração esclavagista.
As Invasões Bárbaras deram oportunidade aos cristãos de seguirem o mandamento de Jesus: "Ide e Ensinai a Boa Nova". Os reinos Bárbaros serão alvo de uma evangelização pela pregação e pelo exemplo.


As Invasões Bárbaras dos séculos IV e V semearam o terror nas populações, espalhavam-se os relatos e lendas da violência, devastação e morte causadas pelas incursões. Associados a roubos, mortes e violações, os povos bárbaros tornaram insegura a vida nas cidades, os movimentos migratórios e a desertificação das urbs eram as medidas possíveis para fugir ao derramamento de sangue.
Eis um relato da altura:

" Chegaram-nos notícias horríveis de morticínios, incêndios, saques e assassinatos e muitas outras enormidades cometidas naquela cidade. Não podemos negá-lo, ouvimos notícias infaustas, gemendo de angústia e pena e chorando frequentemente sem nos podermos consolar. Não fecho os olhos aos factos e reconheço que se cometeram inúmeras barbaridades em Roma."

Santo Agostinho, Sermo de Urbis excidio, III in P.L. 25,15.


Românico: Contextualização Histórica.




Durante o século III d.C. o Império Romano vivia sob a égide de uma crise que ameaçava a poderosa civilização de Roma. A divisão do Império (Império de Oriente com a capital em Constantinopla e Império de Ocidente com a capital em Roma) fragilizara a já debilitada união e levantou fisuras enquanto a novas formas de administração, o que alimentou altercações e movimentos que se insurgiram contra o domínio romano.
A grave crise económica, provocada pela saturação de uma mão de obra escrava que se revoltava ao sentir o menor sinal de fragilidade na liderança, acentuada pelos saques às caravanas comerciais, urbs e villa romanas pelos povos bárbaros e à tremenda despesa que representava o exército romano. O exército romano, cada vez mais disperso geograficamente, desmotivado, mal preparado e que integrava nas suas fileiras inúmeros militares de origem bárbara, tornou-se uma máquina pesada, dispendiosa e pouco eficaz. A falta de motivação granjeava no exército, os desprotegidos cofres de Roma não suportavam os elevados custos.
Os povos bárbaros (Alanos, Godos, Vândalos, Francos ou Lombardos) fustigavam as fronteiras do Impérios, convidando o exército romano a uma guerra de emboscadas. Empurrados pelos temíveis Hunos, cujo rei Átila tornara-se uma lenda, os povos germânicos invadiram durante os séculos IV e V o fragilizado Império Romano de Ocidente.

Sunday, May 14, 2006

Palnta de uma Anta

culto funerário
















O culto funerário sublinha a necessidade de criar uma memória colectiva e uma identidade a partir dos antepassados. A crença na vida depois da morte, a preparação do cadáver para a vida pós-mortem recriava o acto do nascimento: o defunto era colocado em posição fetal (como na imagem acima), acompanhado com um conjunto de estelas e objectos pessoais que o identificavam.

Menir: Culto da fertilidade.


Menir da Meada

O menir é uma construção megalítica de culto da terra. Carregado de simbolismo, o ritual de fertilidade tinha uma intenção óbvia: fecundar a terra através de um enorme falo (=pénis) de pedra ou menir, de modo a que a terra ficasse fecundada, o que, representaria, um bom ano agícola.
Alguns dos menires encontrados em Portugal têm, inclusivamente, o sinal de circunscisão. Este particular ritual era bastante comum dado que estes povoamentos eram muito dependentes do que a terra lhes dava.

Menir do Outeiro (Monsaraz)
Menir da Bulhôa
Menir dos Almendres (Évora)
Menir da Meada (Castelo de Vide)

Megalitismo


O megalistismo surge o Neolítico, a perpectuação da memória dos mortos e o cuidado com o ritual funebre permitem sublinhar o surgimento de um pensamento abstrato ou crença. Os Dolmens, Antas e Menires sõ construções com líticos (=pedra) de consideráveis proporções. A intenção ou siginificado de tais construções testemunham um processo evolutivo que já permitia a criação de uma mensagem simbólica, dirigida para as gerações futuras. Estas construções foram as primeiras que indiciam a criação de uma memória colectiva.

Evolução da técnica de trabalho da pera

Pedra Lascada

Períodos da Préhistória

Sedentarização e o surgimento dos primeiros povoamentos.


Complexo arqueológico de Halai


Ao sedentarizar-se o Homem inicia uma nova relação com a terra e com a comunidade, a consciência de que pertence a um lugar eleva-o a deixar marcas de presença - como se fosse um "estive aqui" -. As primeiras aldeias localizam-se junto dos recursos naturais: rios e campos fertéis. O culto à Deusa-Mãe (culto à terra que lhes dava alimento) deixou-nos vestígios da técnica de escutura em pedra e, mais importante ainda, uma consciencialização e intenção de perpectuar um sentimento de pertença ao lugar.
A fixação de uma comunidade num lugar permitiu o surgimento do culto funerário e a consciencialização de uma crença na vida depois da morte que ficou enraizada até hoje.

Pré-História


Designa-se ao período anterior à descoberta da escrita pelos sumérios de Pré-História. O período pré-histórico assistiu ao longo processo de hominização, no qual o primata sofre um conjunto de transformações na sua morfologia: verticalidade e bipedismo, opunabilidade do polegar e cerebralização. Do primata robustus, ao homo sapiens sapiens, o hominídeo conheceu um longo processo evolutivo, de apropriação do espaço, relação com o meio e a natureza, nomadismo e, posteriormente, sedentarização o que alimentou uma nova ligação à terra e à comunidade. É no Neolítico que o homem pré-histórico deixa uma marca consciente para a posterioridade, conhecem-se os rituais funerários e o advento do meglitismo.
O período pré-histórico divide-se em três grandes fases: Paleolítico, Mesolítico e Neolítico. A designação tem origem no material das construções que perduraram no tempo, a pedra (=lítico). Paleo (=Antigo) e Neo (=Novo) distam milhares de anos entre eles, e testemunha uma evolução na técnica de trabalho da pedra, da pedra lascada à pedra polida.